Por que a madeira engenheira deveria se tornar o material central na construção civil segundo o Fórum Econômico Mundial
O World Economic Forum (Fórum Econômico Mundial) destacou as razões pelas quais a madeira engenheirada deveria se...
INTRODUÇÃO
Não existe obra sem um canteiro de obras. Por mais rápida e simples que seja, uma obra sempre terá o espaço destinado para a execução de alguma atividade.
Otimizar o layout do canteiro de obras tendo como foco a logística de canteiro significa, de uma maneira um tanto quanto resumida, investir em organização e planejamento. Ou seja, planejar a localização de todos os materiais, a circulação dos seus funcionários, dos equipamentos em uso, das instalações fixas e provisórias e a realização de todos os serviços previstos.
Um canteiro de obras planejado, organizado, limpo e dinâmico faz com que o avanço físico do empreendimento seja natural, e as sequências executivas das atividades sejam cada vez mais seguras, rápidas e fluidas.
(Imagem 01 – Representação Esquemática Canteiro de Obras)
Quando se trata de soluções offsite, este trabalho se torna ainda mais evidente e importante, devido a possíveis particularidades desse tipo de obra:
O início de um planejamento de canteiro de obras se dá com a análise da implantação final do empreendimento e as regiões de acesso que a obra terá ligações com as vias do entorno. Para que não haja interferência nas diferentes atividades que acontecem no canteiro de obras, é essencial que o fluxo de entrada e saída dos materiais e equipamentos seja muito bem planejado.
Outro ponto crucial no planejamento inicial é dar atenção aos métodos construtivos que serão adotados. Uma construção com viés mais industrializado, conforme citado anteriormente, não terá tantos materiais para armazenamento, porém o volume de máquinas e equipamentos que serão utilizados é maior que o de uma construção tradicional. Portanto os sistemas que compõem o objeto construído têm influência direta no layout e na logística do Canteiro de Obras.
INSTRUÇÕES NORMATIVAS – CANTEIRO DE OBRAS
Para garantir uma homogeneidade básica e um local de trabalho digno e seguro para os colaboradores da construção civil, a ABNT desenvolveu um conjunto de normas e regras que ditam um Canteiro de obras qualificado a exercer atividades. A NB-1367 (NBR 12284) – Áreas de Vivência em Canteiro de Obras, juntamente com a NR-18 – Condições e Meio Ambiente de trabalho na Industria da Construção traçam diretrizes a serem seguidas a fim de atingir as melhores condições possíveis em um canteiro de obras.
Um instrumento de controle dessas práticas é a emissão do documento PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho), desenvolvido através de um estudo de mapeamento de riscos do canteiro para auxiliar nas tomadas de decisões envolvendo a logística do Canteiro de Obras.
ALMOXARIFADO E ADMINISTRAÇÃO
Após análises iniciais, com o plano de ataque da obra bem traçado e com as premissas topográficas bem alinhadas, é possível realizar um estudo de implantação, tendo assim informações suficientes para o desenvolvimento da Planta do Canteiro.
De acordo com o desenvolvimento da construção, o canteiro paralelamente se adapta. Obviamente as construções temporárias não farão parte da entrega final, e uma logística de saída de toda infraestrutura preparada para esse período de trabalho é tão importante quanto a de instalação.
A fim de minimizar interferências com as frentes de trabalho, uma localização ótima deve ser estipulada para a implantação dos elementos principais do canteiro de obras: Engenharia, Almoxarifado/Estoque, Sanitários/Vestiários e Área de Vivência.
LOGÍSTICA DE TRANSPORTE
Diferentes tipologias de obras necessitam de diferentes planejamentos. Fato. O que é comum à maioria das obras é que o transporte de materiais dentro de um canteiro planejado deve ser eficiente, seguro e com o menor gasto de energia e dinheiro possível.
Essa análise será destinada à economia e produtividade. Diferentes materiais precisam de um sistema particular de transporte, bem como uma infraestrutura adequada. Dentre os principais equipamentos de suporte destinados a essas funções estão: Elevadores Cremalheira, Gruas, Bombas de Concreto, Balancim, Bob-Cat, entre outros.
Ter bem definido os raios de ação necessários para o transporte de materiais, bem como o caminho seguro e as vias de transporte horizontal internas de obra, fazem com que a logística e o fluxo de materiais seja fluida, do estoque, para a aplicação.
(Imagem 02 – Equipamentos de Transporte Horizontal e Vertical)
Outro item fundamental quanto à logística de transporte, para métodos offsite, refere-se à movimentação das cargas de suas unidades de produção até o canteiro de obras. Deve compor o estudo logístico e definição da solução construtiva a compatibilidade entre os equipamentos de transporte e as vias que percorrerão até o local de instalação.
DESMOBILIZAÇÃO
Por fim, após a vida útil do canteiro de obras cumprir seu papel, é necessário que seja feita uma desmobilização planejada. Quando bem planejado, o canteiro terá uma desmobilização organizada e estruturada em um Programa de Desmobilização.
O Programa de Desmobilização de Canteiro de Obras visa apresentar os procedimentos a serem adotados pela construtora no planejamento para a desmobilização das estruturas do canteiro, de forma a priorizar a segurança dos trabalhadores e menores danos ao entorno e a construção.
Os principais aspectos a serem acompanhados quanto à desmobilização são:
Estruturas físicas de apoio (galpões, cercas, portões, etc.), destinação final de resíduos sólidos e efluentes líquidos, sucatas (madeira, ferragem, peças, etc.), equipamentos, verificação se há áreas que porventura foram contaminadas e providenciar a solução do problema, sinalização da obra e por fim limpeza final da área.
CONCLUSÃO
Na BIX, esse é um tema tratado como prioritário desde o início do projeto, pois além de se relacionar diretamente com o conforto e bom convívio das pessoas que estarão no canteiro de obras, é de extrema importância para o sucesso do empreendimento quanto a prazos, custos e segurança. Utilizando soluções industrializadas e offsite, a logística torna-se ponto chave para diversas tomadas de decisão.
SOBRE O ARTIGO
Autor: Eduardo Zago Franco
Eduardo Zago Franco é engenheiro da área de Operações desde 2021, atuante nas áreas de desenvolvimento de pré-obra e execução de obra.
Engenheiro civil graduado pela UNESP – Guaratinguetá, possui experiência na elaboração de estratégias executivas e planos de ataque de obras de curta duração. Com experiência em diversos tipos de construção, possui prática em estudos logísticos, planejamento de canteiro e em construções industrializadas.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ABNT. NBR – 12284 Áreas de vivência em canteiros. 11p.
MINISTÉRIO DO TRABALHO. NR-18 Condições na indústria da construção. Brasília, 1995. 43p;
Souza, Ubiraci E. L. de. Recomendações Gerais quanto à Localização e Tamanho dos Elementos do Canteiro de Obras / Ubiraci E. Lemes de Souza, Luiz Sérgio Franco, José Carlos Paliari, Fausto Carraro. – São Paulo: EPUSP, 1997. 26 p. – (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil; BT/PCC/178).
COSTA, Adolfo Cesar Figueiredo; SANTOS, Roberto Barbosa dos; LIMA, Flávio Barboza de; JUNGLES, Antônio Edésio; HEINECK, Luiz Fernando M. Gestão de Fluxos Físicos nos Processos Construtivos de Canteiros de Obras – Edificações. Em: IV SIBRAGEC, Porto Alegre/RS, 2005.
FRITSCHE, Christinte; LEAL, João Rafael; MACHADO, Ricardo Luiz; HEINECK, Luiz Fernando Mahlman. Layout de Canteiro de Obras da Construção Civil. EM: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 16., 1996, PIRACICABA. ANAIS. Vol.1.
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